Conheça a abordagem do Colégio Stocco para o Ensino remoto em tempo de Covid-19

01/jun/2020

COVID-19 é o maior desafio sem precedentes na História da Humanidade, após a Segunda Guerra Mundial e para a área educacional não seria diferente. Por isso, a Professora Dra. Jozimeire, diretora-geral, apresentará uma breve abordagem sobre os desafios do isolamento social e a proposta de Ensino Remoto do colégio às famílias stoqueiras já alinhadas às orientações de órgãos competentes, a fim de enfrentarmos juntos este tempo adverso.

A sociedade foi impactada e as instituições escolares, inclusive dos primeiros anos da Educação Básica, tiveram que alterar o jeito de dar aula. O que antes era um trabalho essencialmente presencial, passou a ser virtual, a partir da determinação de órgãos governamentais sobre a necessidade do isolamento social, com o objetivo principal de conter a propagação do vírus.

Nesse sentido, a modalidade de Ensino a Distância, mais conhecida como EAD, passou a ser mencionada intensamente de um momento para o outro. Historicamente, não se sabe exatamente quando ela surgiu no mundo. Contudo, há registros de que em 1728, Caleb Phillips, um professor que atuava em Boston, oferecia um curso de taquigrafia (uma técnica para escrever à mão de forma rápida, usando códigos e abreviações), com materiais que ele enviava semanalmente via Correios. No Brasil, o surgimento ocorreu no século XX, com o Instituto Rádio Técnico Monitor em 1939 e em 1946, com o Instituto Universal Brasileiro, com a proposta de formação técnica para os profissionais trabalharem nas indústrias.

Com a exigência do isolamento social, as escolas tiveram que iniciar um processo de transformação muito rápido a fim de que a continuidade dos estudos fosse viabilizada. Desse modo, ocorreu um acentuado uso de estratégias possibilitadas pelas tecnologias, antes utilizadas num percentual menor do que o atual.

Mas afinal, o que diferencia a modalidade de Ensino Presencial do Ensino Remoto?

O Ensino Presencial é aquele em que a Proposta Pedagógica é vivenciada por meio de várias práticas elaboradas pela equipe docente e gestora e que acontece nos espaços diversificados da escola (terceiros educadores), onde o contato e a interação entre estudantes e professores é constante, predominante e essencial para o desenvolvimento de habilidades, competências e a construção de conhecimento por parte dos alunos.

Além do mais, de acordo com o Regimento Escolar, para ser aprovado, o estudante precisa ter frequência igual ou superior a 75% da carga horária estabelecida pelo Colégio.

No que diz respeito ao Ensino a Distância, há maior flexibilidade dos horários, e a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias da informação e comunicação.

Estudantes e professores, que não estão no mesmo ambiente físico, utilizam inúmeras possibilidades além dos livros para expandir o conhecimento.

Diante de um “novo fazer pedagógico” as escolas tiveram que refletir sobre quais ações adotar, que incluem flexibilidade para as alternâncias que se apresentam no cotidiano e, principalmente, atentar às orientações advindas da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura-UNESCO e as do Ministério da Educação-MEC.

Estas organizações divulgaram, recentemente, orientações que compõem um plano de ação para amenizar os impactos do COVID-19 e autorizaram todos os segmentos da Educação Básica que substituíssem as aulas presenciais por aquelas que utilizem recursos tecnológicos e de comunicação, com o objetivo principal de dar continuidade aos estudos.

Algumas das importantes orientações da UNESCO para o Ensino remoto.

Com o intuito de contribuir com as Instituições, a UNESCO, em Paris, realizou uma reunião de emergência com ministros da Educação para partilhar estratégias e respostas que asseguram a continuidade do ensino apesar das ameaças do COVID-19.

Em 10 de março de 2020, a Unesco fez recomendações sobre Ensino a Distância, que adotamos para o nosso cotidiano no Stocco, tais como:

1) Analisar as melhores ferramentas de acordo com o serviço de comunicação da área em que a escola está localizada, bem como as condições dos alunos e professores.

2) Ter atenção à segurança e proteção dos dados.

3) Priorizar os desafios psicossociais em relação aos educacionais, mobilizando dispositivos que conectem as famílias e seus filhos, com os professores e equipe gestora.

4) Organizar um novo calendário durante a quarentena e após o retorno presencial, levando em consideração o período de paralisação dos estudos presenciais.

5) Apoiar a equipe docente e as famílias no uso das tecnologias.

6) Diversificar a metodologia a ser utilizada, assim como instrumentos disponíveis, evitando-se o uso de muitas plataformas diferentes.

7) Criar regras, compartilhá-las e avaliar as aprendizagens dos estudantes, entre outras.

Além disso, nesse contexto delicado em que vivemos, o Conselho Nacional de Educação-CNE divulgou o Parecer 5/2020, que inclui as normas que as instituições precisam atender e incluiu a Educação Infantil. Assim, para que as ações pedagógicas sejam condizentes com o que está prescrito, nesse Documento, a terminologia mais adequada a ser empregada é Ensino Remoto, pois o a Distância, pressupõe que o estudante tenha a capacidade de gerenciar seu próprio aprendizado.

Os desafios do Ensino Remoto

No contexto atual, há questões que precisam ser ponderadas para se fazer implementações que envolvem tanto a escola como a família dos estudantes: “Quem serão os responsáveis pela orientação e acompanhamento dessas atividades remotas?”, “As famílias têm tempo de conciliar suas tarefas, home office e acompanhamento aos estudantes?”, “Todas as famílias estão em home office?”, “Como executar os planejamentos para que as crianças e jovens avancem nos estudos?”, “O que é possível propor?”.

Ao fazermos nossas propostas, a equipe pedagógica analisa e elabora atividades que sejam de fácil compreensão para os adultos que supervisionam as crianças e para os nossos jovens. Também reforçamos em nosso processo remoto, hábitos de estudos que valem para o dia a dia, tanto presencial como para o Remoto, e ressaltamos a necessidade de se destinar regularmente um período para a realização das atividades e estudos em ambiente tranquilo e organizado.

Para a Educação Infantil, seguindo os preceitos do Parecer 05/2020, desenvolvemos materiais de orientações às famílias, com atividades educativas de caráter lúdico, recreativo, criativo e interativo para serem realizadas com as crianças em casa, enquanto durar o período de emergência, garantindo, assim, atendimento essencial e evitando retrocessos cognitivos, corporais (ou físicos) e socioemocionais. Nesse período é importante que crianças pequenas obtenham apoio e supervisão da família.

Para os anos iniciais do Ensino Fundamental, desenvolvemos roteiros práticos e estruturados para que a família acompanhe a resolução de atividades pelas crianças. Já nos anos finais do Ensino Fundamental, as atividades construídas estão em consonância com as habilidades e competências preconizadas pelas áreas de conhecimento na BNCC.

Dez recomendações aos nossos estudantes para o melhor aproveitamento das aulas remotas

1) Organizar um espaço para ser o seu local de estudo e evitar lugares com muito ruído, com sol em demasia, que seja muito escuro ou que funcione como passagem de pessoas. Assim manterá o foco nos estudos.

2) Providenciar, com antecedência, o material que usará numa determinada aula.

3) Preparar-se para as aulas do dia seguinte, organizando espaço, equipamento e materiais. 

4) Realizar a revisão do conteúdo, quando necessário.

5) Interagir durante as aulas síncronas, lembrar que cada pessoa tem um jeito de aprender e que é momento de cada um desenvolver a empatia. Coloque-se no lugar do colega e aguarde a sua vez para dar uma opinião, fazer uma pergunta etc.

6) Assistir as videoaulas quantas vezes for preciso.

7) Acessar os links encaminhados para aprofundamento nos estudos.

8) Buscar variadas fontes de informação.

9) Ler os livros indicados pelos professores.

10) Aproveitar o momento para aprender a estudar de um jeito novo ou descobrir novas maneiras de interagir.

Ensino Remoto também é oportunidade de inovação e aprendizagens

A situação de ensinarmos usando as ferramentas que temos disponíveis, assim como “a utilização de ambientes virtuais, é a oportunidade de respeitar diferentes formas de aprender e viver juntos (…). Este aprender juntos envolve colaboração e cooperação entre os sujeitos da comunidade”, conforme afirma Scherer (2007).

Em decorrência desse cenário que estamos vivendo, embora potencialmente modificador de um status que não havíamos cogitado, há, na educação, possibilidades de novas práticas, aprendizagens e ponderação sobre a metodologia de ensino para a qual estávamos colocando em prática com a finalidade de inovarmos o jeito de ministrar as aulas para promover aprendizagens.

 Ter que ensinar de maneira remota também ampliou nossa percepção e trouxe descobertas de recursos e alternativas para ensinarmos e atrairmos a atenção de quem está do outro lado da tela, assim como um constante repensar sobre se o estudante está ou não aprendendo, que é o que mais importa nesse processo.

Os conteúdos precisam ser relevantes e significativos, ou seja, o que se planeja ensinar precisa ser transformador e conceber que o sujeito que aprende venha a ser autônomo, crítico e criativo.

Portanto, como instituição escolar, examinar criticamente os conhecimentos que advém do ensino presencial ou remoto, sem menosprezos e nem supervalorizações, mas de escolhas e práticas que incorporem o que melhor atenda nesse tempo e espaço histórico, tecnológico, político, econômico, social e de saúde é algo premente para a formação cidadã.

Referência Bibliográfica: SCHERER, S. O Ensino e a Aprendizagem na Graduação: um processo híbrido presencial/virtual.

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